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terça-feira, 19 de novembro de 2013

HITCHCOCK ERA SÁDICO?






            Conheci Hitchcock no filme Ladrão de Casaca que já fiz post aqui no blog falando sobre ele. Me intrigava aquela figura enigmática que aparecia nos filmes de forma sutil, porém penetrante. Considero que ele não foi apenas um grande autor de filmes, mas também um personagem fascinante, era preciso ser muito especial, para não sendo ator, essas aparições que falo são relâmpagos, não presidindo uma grande potência, nem sendo herói de guerra se tornar num dos homens mais famosos do mundo.


            No filme lançado pelo britânico Sacha Gervasi, sobre sua vida, foca seu ponto alto no lançamento de Psicose, o filme de 1960, que eu particularmente só vi esse ano, nesses tempos de ócio produtivo, na época do lançamento do filme Hitchcock conhecia prestígio no seu meio de atuação a crítica francesa o considerava além de um mero diretor de cinema, mas um homem criador de um universo misterioso e fascinante, mas ele percebeu que o mundo estava mudando e que naquela época a televisão já alcançava um grande público.


            Em sua vida pessoal, colecionava rejeições femininas Ingrid Bergman o deixara por Rosselini, Grace Kely pelo príncipe de Mônaco, Audrey Hepburn não quis fazer seu filme, talvez por isso, alguns chegaram a defender que o cruel assassino de Marion Crane fosse o revanche de Hitchcock para as mulheres, será? Tenho minhas dúvidas afinal ele tinha um profundo prazer no ato de manejar atrizes, de domina-las de redesenha-las. Fazer Psicose foi uma decisão sozinha, ele enfrentou resistência da Paramout, suas razões nem de longe foram de natureza afetiva ou sexual, ele queria ir além do suspense e dá ao público a sensação de terror.


            Psicose apresentava traços de sadismos, mas o sadismo só alcança o ponto máximo em os Pássaros de 1963. Em Psicose no decorrer do filme cada vez menos terror é empregado e as emoções são direcionadas para a plateia que tem suas emoções regidas com maestria por um bem articulado roteiro. Vejo e revejo seus filmes inúmeras vezes sem me cansar e para mim tem sabor de novidades, somente Hith com seu terror e seu humor era capaz de mostrar as belezas e as feiuras, as grandezas e os horrores de que somos feitos.


domingo, 9 de junho de 2013

PORQUE VER JANELA INDISCRETA




Ver os filmes de Hitchcock por se só já trazem um alto grau de satisfação cinematográfica se for protagonizado por Grace Kelly então, melhor ainda. Janela Indiscreta (1954) faz parte daquela lista de filme que deveria ser imprescindível de ver, de início impressiona como um cenário simples se transforma ao longo da trama em um ambiente de tensão, suspense e medo.


A história gira em torno do fotógrafo profissional acidentado Jeff interpretado por James Stuart, influenciado pelo ócio do dia passa a observar os vizinhos de sua janela até se convencer que um deles o vendedor de bijuterias matou a esposa enferma, dessa forma tenta provar isso para sua namorada Lisa (Grace Kelly) e um amigo detetive.


Somos no filme mais voyeurs do que em qualquer outro que possamos imaginar, como espectadores temos a exata visão do que o protagonista está vendo através do seu olhar, com a câmera centrada de forma subjetiva, é a temática da vida alheia que fascina e impressiona com diversos tipos e sub tramas dos vizinhos do protagonista. Temos a bailarina, a moça solitária, o pianista, o casal recém casado, o casal com o cachorro, a artista plástica e o vendedor suspeito do assassinato.


O filme se passa lentamente, e as suspeitas de Jeff parecem infundadas até quando um grito surpreende com a morte do cachorro, indicando que algo tem fundamento. Janela Indiscreta apresenta elementos típicos da obra de Hitchcock, como a fotografia sequenciada, o uso da tele objetiva pelo personagem com luz somente nos olhos do assassino deixando-os mais ameaçadores, além das sombras que desenrolam as cenas finais.


Penso que esse filme traduz o que é a experiência do cinema para todos nós ao que parece quanto mais ele observa a vida dos vizinhos, mais se identifica com a sua própria vida, quando contesta os benefícios do casamento, desse modo, imagino quais as medidas que utilizamos na nossa vida, observando a vida dos outros? Para mim a grande mensagem do filme é que o  cinema é realmente uma janela não para os outros, mas para nós mesmos. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

LADRÃO DE CASACA: O CHARMOSO FILME DE HITCHCOCK



                Sou assumidamente fã de filmes antigos, particularmente os filmes da década de 1950, considerada a época de ouro do cinema de Hollywood. Embora não figure nas listas das obras primas de Alfred Hitchcock Ladrão de Casaca, de 1955 é um excelente filme, com várias das marcas registradas do mestre do suspense. Mas uma vez, Hitchcock vai se debruçar com um dos seus temas preferidos, o de um homem sendo procurado por um crime que não cometeu. Nesse caso, o homem é John Robie um antigo ladrão de joias americano conhecido como The Cat, que vive sossegado em sua bela mansão na Riviera Francesa até que uma nova onda de roubos de joias começa a tomar conta da região e as suspeitas recaem sobre ele.


      Logo de início temos uma perseguição sobre as belas curvas sinuosas da Côte D’Azur, as cenas tornam-se ainda mais fantásticas graças às tomadas aéreas feitas de um helicóptero, o que não era comum para a época. Hitchcock também tempera o filme com outras características que são típicas de sua obra, como ele próprio aparecer no filme, ou quando fala de receitas e comidas.



            Outro aspecto interessante é o romance vivido por Kary Grant e Grace Kelly, que mesmo num filme de suspense assume importante papel. Francis sua personagem ocupa boa parte da trama, desde que ela aparece pela primeira vez em cena é impossível não ficar hipnotizado com seu charme e elegância. A filmagem no formato Vista Vision equivalente ao Cinemascope, figurinos impecáveis desenhados por Edith Head e os diálogos cheios de malícia entre ela e Kary Grant, marcaram a sua  última parceria com Hitchcock. Logo após ela se tornaria Princesa de Mônaco e abandonaria o cinema.



            Quis o destino que Grace Kelly morresse em 1982 na mesma estrada em que aparece dirigindo o seu carro conversível em algumas cenas do filme. A minha sorte de ter a oportunidade de conhecer e procurar entender o filme, é o grande trunfo do cinema que tem a capacidade de imortalizar ícones no auge de seu talento e beleza, e possibilitar que outras gerações conheçam o que foi produzido. Pelo charme da Riviera Francesa e dos atores, do romantismo da trama e da expectativa que Hitchcock provocou em mim para decifrar o enigma do filme é que o tenho na minha lista de melhores do cinema.