Um
dos grandes expoentes da arte moderna, o francês Henri Matisse (1869-1954), é
um artista que pensa. Revendo textos seus dá para perceber que o seu pensamento
ecoa na moda, na publicidade, no cinema e na arte feita e consumida no faminto
mercado mundial nesse instante. Ele foi moderno como agora pode ser
contemporâneo, escrever e publicar é parte essencial de sua trajetória.
No drama da Arte Moderna, Picasso e
Matisse ocupam o lugar do novo mas com características totalmente excludentes.
Enquanto o pintor espanhol foi viril, libertário, radical e politicamente
engajado, o francês evitou a política em sua arte, preservava um ideal de calma
e reclusão no casamento, lutava para ser visto como um bom pai de família.
Para Matisse a arte era uma calma influência na mente algo, como uma
cadeira de balanço que relaxa do cansaço físico. Ele sentia-se atraído
demais pela beleza e pela força espiritual das artes. E é por isso que gosto
tanto do seu trabalho porque o desejo de tornar as coisas belas era mais forte
do que todo o resto. Em Matisse o moderno pode ser bem comportado. Para um
ambiente da ativa vanguarda, sua posição era no mínimo controversa.
Matisse com sua delicada relação com
as cores, jamais esteve distante do impacto, sua calma e tranquilidade foi criada
a partir da fúria, uma guerra travada com as telas. As sensações que sua obra
provocam são mais pelos tons do que pelas formas. Era sempre por meio da cor
que ele organizava suas telas. Para ele não existia regras a serem
estabelecidas, e menos ainda receitas
práticas, caso contrário, seria uma arte industrial.
Entendo que para Matisse a arte é
mesmo um estado de espírito. Basta apenas se deter com toda atenção em suas
cores. Elas não contam uma história do passado. São uma perfeita representação do
presente e uma mensagem enviada ao futuro.