segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DO QUE FALA A HISTÓRIA



            Quando eu era criança nos anos 1990, onde eu nasci no Nordeste do Brasil a cor da  pele,  infelizmente, ainda era um diferencial para qualificar um ser humano. Lembro de um parente que era político e teve dificuldade para se eleger influenciado pela cor negra de sua pele. Mas tarde conheci o Apartheid da África do Sul do Nelson Mandela, e a discriminação racial dos EUA, com personagens como Martin Luther King e Rosa Parker.


            Em 2008 me senti extremamente tocada com a campanha de Barack Obama para presidente daquela nação, lembro que torci ativamente por cada voto que ele recebia para ser o candidato do partido Democrata, a sua vitória então, foi carregada de um imensurável simbolismo, como a historia e a sociedade podem evoluir. O dinamismo do mundo social mostra que a vida e as pessoas podem melhorar. Passamos de uma sociedade que separava espaços de convivência pela cor da pele das pessoas para uma sociedade que elege seu presidente negro.



            Agora quatro anos depois, em tempos de rede social, acompanhei com satisfação através da rede de compartilhamento de fotos Instagram a imagem de Obama com sua família na festa da vitória de sua reeleição e tenho esperanças de viver num mundo melhor. Sua vitória é fruto das mesmas alianças de 2008: negros, hispânicos, jovens, gays, mulheres, asiáticos, foram novamente as urnas para confirmar o foto no primeiro presidente de origem africana dos EUA.


            Apesar das dificuldades de se concretizarem, as ações que estão na contramão do sistema capitalista como a defesa ao meio ambiente com o enfrentamento do aquecimento global, os programas sociais para os pobres, o aumento da cobertura de saúde, nem tudo está perdido, o que importa é que existe a discussão e a intenção de que as mudanças sejam operadas, como no discurso do presidente reeleito. Por isso tenho esperanças de viver num mundo melhor, onde as pessoas se reconheçam mais heterógenas e a vida seja mais igualitária. 

domingo, 18 de novembro de 2012

JAMES BOND: O PASSADO QUE SE RENOVA



            Cinema é uma das minhas grandes paixões, mas nunca curti muito filmes de ação, uma exceção são os filmes da série 007, inventados por Ian Fleming, acho que pelo tom geopolítico e a mensagem de política internacional me conquistaram. Uma época comprei todos os filmes, resolvi assistir e é para mim até hoje uma diversão incrível.



            O personagem 007, James Bond foi criado por Ian Fleming (1908-1964) em 1953, a sua inspiração veio de vários agentes de inteligência que trabalhavam para a marinha britânica, que o autor conheceu na época da Segunda Guerra Mundial. Acredito que quando resolveram levar para o cinema não se imaginava que estivesse surgindo uma franquia tão rentável.


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            O agente foi vivido oficialmente por seis atores (Sean Connery, de longe o meu preferido e imbatível, pelo charme, elegância e coragem que deixa transparecer, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig), foi protagonizado 23 longas metragens e 15 diretores. Sobre o Daniel Craig, só acredito que foi capaz de incorporar o personagem agora no último filme de 2012 Skyfall.





            Para mim, o insuperável é o primeiro filme da série com o magnifico San Connery 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), é nesse momento que é estabelecido as características que vão marcar o herói: um elegante e perspicaz bom vivant, que gosta de belas mulheres, sabe curtir os prazeres da vida e se empenha como ninguém em salvar o mundo. Úrsula Andrés é o arquétipo da Bond girl, bonita, dúbia e muito perigosa.


            Existem algumas marcas que são registradas na série que para minha alegria, voltam com entusiasmo nesse último filme, as canções, o uso de contorno e sombras na abertura, o carro do 007, o Aston Martin prateado de Goldfinger e 007 Contra Chantagem Atômica e os equipamentos tecnológicos, que magistralmente é somente o uso do rádio, as críticas consideram como uma homenagem do filme aos 50 anos da série.




            Surgido no auge da Guerra Fria, Bond encarna o medo que vivia a sociedade ocidental, exteriorizada pelos vilões bizarros. O que me entristece é que a partir dos anos 1990, o herói cedeu ao cinema de pancadarias, sangue e cenas de efeito que casam com o cinema mais moderno, mais apesar disso ainda é um prazer ver Bond, James Bond. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

SOBRE A QUALIDADE DOS NOSSOS PENSAMENTOS




            Pensar é o ato que nos torna humanos, por vivermos em sociedade, somos influenciados por uma série de fatores, Edgard Morin filósofo francês vê o homem como um ser formado por aspectos biológicos, culturais, psíquicos, sociológicos e espirituais. Assim, os nossos pensamentos são influenciados por essa multiplicidade de elementos.



            Os estudiosos da saúde, principalmente das terapias alternativas, aquelas que estão  fora da medicina ocidental tradicional, acreditam que a qualidade dos nossos pensamentos, ou seja, o grau de positividade com que encaramos o cotidiano contribui para o nosso bem está físico e mental. O contrário seria prejudicial a nossa saúde.


            Aristóteles entendia que nossos hábitos são criados a partir de nossas iniciativas em ter novas atitudes. Daí decorre os nossos pensamentos, a partir do momento em que tomarmos a iniciativa de pensar de forma positiva, isso se tornará um hábito. Os nossos sentimentos, e o que pensamos, são o norte para o bem e o mal viver. Cultivar bons pensamentos é a chave para o nível de qualidade que queremos ter para a nossa vida, para o nosso dia, para compartilhar com as pessoas que dividem a vida conosco.


Acredito que cabe a cada um de nós despertar e desenvolver a capacidade natural para controlar a natureza dos nossos pensamentos e sentimentos, para não permitir que estados negativos, muitas vezes centrados em âncoras imaginárias possam desequilibrar a nossa vida. A chave para uma vida tranquila e consequentemente mais feliz é o olhar que temos dos fatos do nosso dia a dia. 

domingo, 11 de novembro de 2012

SABER PERDOAR




            O que é a ofensa, se não o ato de agressão do outro em relação a nós, agressões das mais diversas naturezas, capazes de gravar no nosso psiquismo lembranças que dificilmente podem ser esquecidas. Perdoar independe de esquecer, até porque somos seres dotados de inteligência, e dentro dos parâmetros de normalidade mantemos em nossa memória os fatos da nossa vida.


            A diferença fundamental é que aquele que perdoa consegue se livrar dos ressentimentos, que seria a forma de você sentir novamente a dor da ofensa. Quem perdoa se torna livre, sem a necessidade de ficar preso a nenhum sentimento de natureza negativa.


            Acredito também que perdoar independe do consentimento ou da aceitação do outro, é um ato de adesão voluntária, é um ato de amor que simplesmente se sente. Mas, existe um tipo de perdão que eu considero extremamente importante, aquele que você concede a si próprio, se perdoando pelos erros cometidos, e procurando seguir o caminho da vida da forma mais justa possível, pautada em valores universais como: o amor, a solidariedade, a tolerância, a compreensão, a caridade.


Uma vez ouvi uma historia de que uma mãe que procurou Gandhi para pedir a ele que dissesse ao seu filho que parasse de comer açúcar e ele falou que ela poderia voltar com um mês, após esse período a mãe voltou e ele disse para a criança que parasse de comer açúcar e explicou que não tinha  feito antes porque ele mesmo ainda comia, ou seja, não devemos cobrar do outro aquilo que não fazemos nem possuímos. A mudança que queremos para o nosso mundo necessariamente começa por nós.

            Acredito que quando o ser humano entender que  perdoar é conquistar o enobrecimento, o homem será forte pelo amor e compreensão que seja capaz de distribuir, na vida é preciso se livrar de magoas e ressentimentos para poder seguir o caminho da auto evolução.