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quarta-feira, 5 de junho de 2013

DECISÕES DEFINITIVAS





            Aprendi nas Ciências Sociais que o homem é um ser gregário por natureza, ou seja, é preciso está junto para se fortalecer, o grupo social é mais forte do que o indivíduo isolado, sozinho, é a velha máxima “juntos somos mais fortes”. Com os grupos sociais se criam os mitos, os hábitos, os costumes, dentre eles um evento curioso é a negação da finitude da vida. Nos mais diversos grupos sociais se discute que a vida não se encerra meramente com a extinção da vida física, acredita-se na existência de um mundo metafísico capaz de prolongar a vida com todos os seus ônus e bônus.


            Mas como agir na vida quando nos deparamos com situações que trazem a iminência de sua finitude como uma doença séria? Foi nisso que pensei quando recebi o diagnóstico de câncer, e a vida como fica? Fora os avanços da ciência que dão uma margem de esperança considerável algumas atitudes devem ser pensadas, não se devem esperar resultados, mas fazer as respostas. Temos dificuldade de pensar na ideia da morte, negamos nosso fim a todo momento.



            A perspectiva do fim mobiliza o apego e o desejo de usufruir intensamente a benesses da vida. Uma coisa que aprendi sobre o fim é que esquecemos que tudo está se modificando continuamente, a cada minuto as células do nosso corpo se transformam, mudam, morrem. O que os mitos fazem é criar a ilusão de que nada muda, isso se dá através do trabalho, do estado civil, da vida amorosa.



            O inevitável porém, são as mudanças, temos que nos despedir de cada imagem que criamos, e da própria ideia que fazemos de nos mesmos, entendi que a cereja do bolo de minha vida é formada pelas pequenas coisas como acordar fisicamente bem, ouvir música, escrever, ler ouvir pessoas, é das pequenas coisas que a vida é feita e é por isso que vale tanto viver.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

LEMBRANÇAS




            Um dia li que não sabemos o tamanho do nosso inconsciente, acrescento a essa máxima uma tentativa de parafrasear Clarice Lispector, quando esta diz que “não sabemos ao certo qual o nosso defeito cortar, pois pode ser que ao cortar qualquer um  todo o nosso edifício venha a cair. Digo isso porque não sabemos ao certo qual lembrança devemos cortar para segurar o nosso edifício inteiro. É certo que o homem é o único animal capaz de expressar emoções através das lembranças, ao que parece as melhores são sempre aquelas que nos remetem a infância e aos momentos de amadurecimento psíquico.


            Essas lembranças da infância ficam armazenadas em nossa memória de longo prazo, e desperta um fenômeno de sensações como algo já conhecido, já vivido que os franceses chamam de déjá vú. Essa capacidade de guardar parte do passado, salvando-o da perda total é o elo capaz de provocar reflexões sobre o que fomos, o que fizemos e qual o projeto que queremos para o nosso futuro.


            Penso que essas lembranças são a garantia de nossa própria identidade, é a representação do nosso EU, é quem realmente somos. A grande capacidade que a memória tem de armazenar acontecimentos, pode também assustar, pois como dizia Santo Agostinho temos medo de esquecer o que de mal vivemos, mas igualmente temos medo de não lembrar a felicidade vivida. Assim vejo que o bom da vida é que somos essa mistura entre presente, passado e futuro e as lembranças são as nossas luzes que se projetam sobre nós mesmos, daí somos hoje o resultado daquilo que fomos nos passado, assim como, do nosso futuro depende integralmente o que fazemos com o nosso presente. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O MISTÉRIO DO TEMPO




            A coisa mais enigmática que existe é o tempo ele acaba com tudo, desde as árvores, as construções, passando por bichos e humanos, mas o pior é que acaba sobretudo, com os sentimentos. Fico pensando que aquela união entre duas pessoas que teve um fundamento tão apaixonado, simplesmente evaporou-se nada restou.


            As vezes, me entristeço quando vejo a vida de pessoas muito próximas e o que o tempo é capaz de fazer. Ele acaba com o vigor físico, o interesse em conhecer novas gastronomias ou em viajar, em encontrar um encontrar um amigo ou simplesmente, em dá cor a vida, é o tempo pode ser bem cruel.


             Existem aqueles que se salvam do tempo? Acho que os que vivem intensamente os momentos presentes e que não pensam no futuro, mas nem esses conseguem se livrar dos efeitos do tempo, quando se apercebem esses estão aí postos para todos indistintamente. Um fato curioso é que quando se está muito feliz, temos a sensação de que o tempo voa, e quando se está triste que demora uma eternidade.



            Mas o tempo é também um grande aliado, quando se perde um grande amor, não há nada que ajude só o tempo e este é capaz de tornar aquela dor tão sofrida em apenas uma leve mancha na memória da vida.


            Considerando esses mistérios do tempo acho que não deveríamos perder um só instante da vida nos aborrecendo, principalmente com coisas banais, ou criando problemas e necessidades que são impossíveis de ser resolvidas. Para que perder tempo provando que se tem razão, mesmo que se tenha. Quando se vê aquele momento que poderia ter sido aproveitado para sorrir, foi usado para se aborrecer, e quando se percebe já passou e quanto a isso, ninguém pode fazer nada. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

AS PESSOAS E AS CIRCUNSTÂNCIAS



            Esses dias me peguei pensando no que me dizia uma antiga amiga: não existe o amor mas as circunstâncias. Essa teoria desconstrói aqueles nossos pensamentos mais arraigados de que subitamente, a partir de um único olhar se é capaz de amar alguém, ou de um modo geral, desconstrói conceitos do que cada indivíduo não se imagina capaz de fazer.


            Conheci uma mulher bonita, mas sem sucesso financeiro, na casa dos trinta e cinco anos que se casou com um homem que aos vinte ela jamais imaginaria em ficar, mas ele vinha acompanhado de todos os charmes facilitadores da vida contemporânea: viagens internacionais; bons carros e casas; empregados e alto poder de consumo. E aí foi amor, ou foram as circunstâncias?


            Já conheci gente de todos os tipos e digo sem medo de errar, dependendo das circunstâncias as pessoas são capazes de romper os mais sólidos códigos éticos e praticar atos que condenam durante toda uma vida.


            Tenho alguns parâmetros e acho que ninguém está imune: a traição, amorosa/sexual, ou de amizade/lealdade; agradar a poderosos; ou praticar algum ato vergonhoso por fraqueza ou covardia. É tudo vai depender das circunstâncias e ninguém sabe do que é capaz. É fácil ser honesto quando se tem a vida financeira resolvida e não se corre o menor risco de ficar com aquele dinheiro que se achou, já que não se precisava.


            Imagino que ninguém é capaz de dizer que não será capaz de fazer isso ou aquilo, qualquer um pode ser desonesto, traidor, herói e até santo vai depender apenas do momento e das circunstâncias.