domingo, 13 de janeiro de 2013

O MUNDO DA ALIMENTAÇÃO



A comida é uma forma de comunicação é através dela que o ser humano vai explicitar sua visão de mundo. O individuo tem a possibilidade de modificar seu ambiente e o que é comestível é determinado pela cultura, o estranhamento de determinados hábitos depende do grupo social que o representa.


Na Idade Média era comum vim a mesa a carne em peças inteiras, e usava-se as mãos para se alimentar. Vejo a cozinha de uma sociedade como a forma estrutural de representação de seus hábitos para isso basta compararmos que existem sociedade que a vaca é comestível como a nossa e outras que se alimentam de cães que para nós, são quase pessoas da família.


O padrão alimentar ocidental, mudou muito nos últimos anos, a partir do pós guerra nos EUA o ideal era parecer jovem e moderno e na alimentação, isso era materializado com a coca cola e o hambúrguer e o adolescente era o público por excelência desse padrão. Vejo que alguns alimentos vivem momentos de prestígio e outros de baixa, a carne por exemplo, teve o seu consumo aumentado dos anos 1950 a 1990.


Um fato curioso que acho é em relação a festas e reuniões de pessoas, na década de 1950 e 1960 grandes festas tinham que ter coquetel de camarão e comida boa era aquela cozida com gordura, usava-se até banha de porco. Hoje numa rápida visita pelas internet vejo que existe até bolo pop feito de chocolate kit kat e envolvido com uma fita. Não faz muito tempo a cozinha molecular representada por Ferran Andria era o que tinha de mais moderno, hoje o ideal é o retorno a práticas naturais como os alimentos orgânicos.


Entendo que as práticas alimentares na atualidade estão cada vez mais influenciadas pela publicidade e a indústria tem sido eficaz nesse sentido ao outorgar símbolos a tudo que produz e a comida é associada ao status social. Mas na contemporaneidade uma coisa é certa a culinária se mundializou e em qualquer praça de alimentação de shopping center se encontra representações de boa parte do mundo.


Uma coisa é certa hoje vivemos no mundo alimentar a cultura da quantidade e não do sabor com a ausência de uma cultura ligada a gastronomia que é vista mais como um luxo do que uma arte.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

SENSIBILIDADES




            Segundo o dicionário Houaiss, sensibilidade significa emoção e sentimentos, qualidade de quem experimenta compaixão, simpatia e ternura daí imagino, porque as pessoas nunca demonstram fraqueza, sempre dizem que a família, trabalho, negócios, dinheiro tudo vai sempre bem e ainda acrescentam com um "Graças a Deus". 


            Um dos maiores dilemas do homem moderno é saber como conciliar razão e emoção, como é possível conciliar essas duas propriedade que parecem tão antagônicas, mas que na verdade se completam. A razão não é uma coisa a parte está intrinsicamente ligada a sensibilidade e ao subjetivismo, àquilo que existe de mais íntimo em cada um. 


            Como podem coisas tão fundamentais como a sensibilidade passar de moda? e o que é essa razão? É aquilo que é produto de um cálculo e as pessoas acreditam que basta para dá sentido à vida. Tem coisas ligadas à sensibilidade como a referência de felicidade, além do materialismo puro, que acabam sendo esquecidas. Na contemporaneidade o ideal é se mostrar sempre bem, e feliz, é só fazer um pequeno passeio pelas redes sociais, onde todos se dizem felizes e possuem receitas prontas de uma vida ideal, para se comprovar isso, mas, na verdade nunca se sabe o que o outro sente.


            Hoje me pus a pensar será se alguém ainda se sensibiliza vendo um filme do Chaplin? 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

LEMBRANÇAS



            Lembro que quando eu era criança e morava em uma cidade pequena do interior se dormia de janela aberta e o quanto que aquilo era bom, senti o cheiro da noite e deixar a lua iluminar o quarto não tinha preço. Ninguém tinha medo e todas as pessoas eram conhecidas, nem mesmo um bêbado aos domingos, dias de festa na Cidade, causava qualquer temor. 


            Eu esperava ansiosamente o cheiro de bolo vindo da cozinha, até hoje é um dos cheiros que mais gosto, não era costume bolo de chocolate, mas o de fubá com cocó era divino e se comia na hora, quente mesmo, apesar das rogativas dos adultos para não faze-lo.



            O leite era fresco e o creme feito em casa, assim como o queijo. A canjica de milho era feita com coco e polvilhada de canela e o melhor era ter minhas iniciais gravadas no prato. Domingo era dia de galinha, ou qualquer outra carne que fosse diferente do usual. Não se comia salada e não havia preocupação com isso.



            O domingo era um dia diferente, ia-se a missa, se vestia a melhor roupa, comungava e a vida parecia tão leve, o bom é que não se tinha medo de nada e nesse tempo não se complicava tanto a vida. 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

RECOMEÇAR





            Uma vez recebi um cartão de fim de ano do Conselho de Classe da minha profissão que trazia um poema do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade falando sobre  que o ser humano que decidiu recortar o tempo em anos era genial já que ao início de um novo ano é possível a sensação de que tudo pode ser diferente.



            Acredito que esse recomeço é preciso sempre não somente agora quando se inicia um novo ano, mas em qualquer momento não importando de onde se parou. Recomeçar é dá uma nova chance a si mesmo, é a possibilidade de se perdoar e a partir dai acreditar novamente em si. As vezes é preciso recomeçar novamente até num mesmo dia.


            Entendo que o dia de recomeçar pode ser agora, o melhor dia para enfrentar os desafios da vida é o hoje. Existe uma corrente de pensamento que acredita que quando queremos o melhor, temos a possibilidade de atrair esse melhor. E assim é a vida esse campo de desafios e constantes recomeços, e esses recomeços dependem de nós e pode ser com gestos simples como um sorriso, um abraço, uma roupa nova ou um novo corte de cabelo.


            O sucesso nessa caminhada depende exclusivamente de nós e é por isso que para mim é um imenso prazer está recomeçando a escrever nesse espaço que gosto tanto.